Hoje, nas minhas aulas de filosofia, para os terceiros anos do ensino médio, desenvolvi uma dinâmica que já desenvolvo há alguns anos, quando vou trabalhar com Política. Normalmente, seguindo a abordagem de Jonathan Wolff, em seu livro “Introdução à Filosofia Política“, que inicia falando da noção de “Estado de Natureza”, fiz uma dinâmica para que os meus alunos refletissem sobre o que há antes da ordem social. Ela consiste no seguinte:
- Dividir as turmas em grupos;
- Cada grupo deve ser uma espécie de estado pré-social;
- Cada grupo deve criar uma lista de 3 princípios para que uma ordem social seja possível;
- Dar uns 15 minutos, e depois pedir para que cada grupo apresente esses princípios, listando-os no quadro;
- Depois de todos os grupos terem apresentados, e todos os princípios terem sido listados (desconsiderar princípios repetidos), pedir para os alunos pensarem em qual é o mais elementar, o mais fundamental;
- Além disso, problematizar se alguns princípios não pressupõem a existência da sociedade (os alunos listam, que é preciso haver punição para crimes, liberdade de ir e vir, igualdade, etc., princípios que, obviamente, pressupõem a existência da sociedade). Dá para fazer uma boa discussão.
A abordagem do tema fica a critério do professor. E os princípios que os alunos vão apresentar são indefinidos. Na maioria das turmas eles falaram que era preciso eleger um líder. Nesse sentido, dá para fazer, nas devidas proporções, é claro, um gancho com a filosofia de Thomas Hobbes. Mas a ideia da atividade é apenas fazer um experimento mental e mostrar que esse tipo de reflexão foi muito desenvolvida no século XVII. Fica a dica aí.